Com o fim da guerra colonial, nos anos 70, os portugueses
residentes em Angola tiveram de abandonar o país em 24 horas. Não demorou muito
e o inevitável aconteceu. Uma sangrenta guerra civil pela disputa do poder que
durou mais de 30 anos criou um verdadeiro inferno.
Além de contrubuir para destruir praticamente toda a infra-
estrutura do país, o conflito armado causou todo tipo de sofrimentos
e privações imagináveis.
Com o fim
do conflito, nos anos 90 e o desarmamento de todas as facções envolvidas,
atualmente Angola esta passando por uma fase de reconstrução frenética. A
capital Luanda parece um grande parque de obras e as mudanças para melhor são
visíveis em todas as províncias (estados).
As oportunidades de grandes negócios e de enriquecimento rápido de muitos Angolanos, levou um grande número de estrangeiros a fixar residência e a trabalhar no país, fazendo com que custo de vida na capital Luanda seja considerado um dos mais caros do mundo.
A riqueza e a pobreza extrema andam de mãos dadas na África. Não há meio termo. Se por um lado os estrangeiros (brancos) e a elite angolana esbanjam dinheiro com carros de luxo e mansões em condomínios fechados, a maior parte da população local ainda é privada de coisas básicas como educação, assistência médica, água encanada, saneamento básico e luz elétrica.
Luanda é uma cidade com sérios problemas econômicos e sociais iguais a de qualquer capital de um país de terceiro mundo. A noite é uma festa, o trânsito é um verdadeiro caos, só tem duas velocidades devagar e parado, basta dizer que chegam a ser necessárias quase três horas para ir de Viana, bairro residencial com condomínios e prédios de luxo, ao centro da capital que fica há cerca de 20 km de distância. Além do calor sufocante e da demora em se locomover pela cidade o que mais irrita é o assedio insistente dos vendedores ambulantes.
Luanda capital de Angola
Transito caótico de Luanda
Em Luanda
tudo que vôce imaginar é vendido nas esquinas das ruas da cidade e o número de
vendedores ambulantes é impressionante. Os caras são especialistas em fazer
negócio e adoram “colar” nos brancos estrangeiros esperando uma brecha para
faturar ou furtar.
Tudo é
caro e o absurdo chega a tal ponto que em alguns restaurantes por quilo você
chega a gastar 80 dólares em média por uma refeição..
Em Angola
existe uma pequena comunidade de surfistas, alguns descendentes de portugueses,
alguns angolanos e até alguns surfistas brasileiros. No litoral, que é banhado
pelo Atlântico, existem vários points de surf com esquerdas longas e
perfeitas bem conhecidos e também muitos ainda a serem desbravados. Como em
toda a África, para se explorar bem a região é necessário um carro com tração
4x4 e muita paciência pois as distâncias não são medidas em quilômetros e sim
em horas.
É necessário também ter muita atenção para não entrar em áreas minadas, se bem que a maior parte delas estão devidamente sinalizadas, principalmente as que estão bem próximas das estradas principais ou dos “corta mato” que dão acesso as praias mais frequentadas.
Um dos picos mais constante e procurado pelos surfistas residentes em Angola se chama Cabo Ledo. A cerca de 120 km de distância da capital em direção ao Sul, este ‘point break’ apresenta esquerdas extensas quebrando sobre um fundo misturado de pedras e areia. Nos dias de grandes ondulações, que tem maior incidência entre os meses de maio a setembro as ondas podem chegar a 8/10 pés, quebrando por mais de 200 metros com uma perfeição de tirar o fôlego.
A temperatura da água é geralmente quente, mas nos meses de inverno quando as grandes ondulações de Sul, sobem a costa da Namíbia e chegam ao litoral Angolano, a água chega a esfriar um pouco. A onda de Cabo Ledo é a mais conhecida e surfada desde a década de 70 pelos surfistas estrangeiros residentes no país e pela comunidade de surfistas locais.
Mas existem muitos outros ‘points’ com boas ondas, predominando as esquerdas, como: Ambriz Beach (point break), Barra do Kwanza (rocky break), Buraco (beach break), Miradouro (point break), Point Mussulo (point break) Shipwreck (beach break) entre outros.
Mas existem muitos outros ‘points’ com boas ondas, predominando as esquerdas, como: Ambriz Beach (point break), Barra do Kwanza (rocky break), Buraco (beach break), Miradouro (point break), Point Mussulo (point break) Shipwreck (beach break) entre outros.
A língua oficial é o português e o fato de Angola ter laços estreitos com o Brasil, facilita muito o entrosamento com os locais, que adoram as novelas brasileiras e são assíduos telespectadores da Globo internacional.
O litoral Angolano é um paraíso de esquerdas
Em algum lugar de Angola
Nota do
autor:
Estive em
Angola em setembro de 2009 a trabalho e tive a oportunidade de passar 4 dias
surfando em Cabo Ledo. As ondas variaram de 3 a 6 pés.
O crowd
nesses dias foi formado por 3 surfistas sul-africanos que estavam subindo a
costa ocidental da África, desde a cidade de Cape Town, meia dúzia de surfistas
portugueses, que moram e trabalham em Luanda e alguns jovens angolanos locais
de Cabo Ledo.
O lugar é
muito bonito, mas ainda bem rústico, sendo aconselhável levar mantimentos e
tudo que for necessário para acampar.
Alberto
Burguete – Surf Reporter
Sector Nine/Freestyle/Triple-Eigth/ProRider
albertoburguete@hotmail.com
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