sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mediterrâneo

  
                                                   
Sardenha 

Mar Mediterrâneo      
  Atualmente o número de praticantes de surf na Europa cresceu tanto que nos meses de verão, primavera ou outono, seja em Portugal, Inglaterra ou na Dinamarca, os melhores points de surf ficam bem ‘crowdeados’, menos no inverno, quando as temperaturas despencam. Durante o inverno europeu, poucos free surfers se aventuram na costa banhada pelo Atlântico em busca de ondas, com exceção da comunidade dos Big riders, surfistas de ondas grandes, que ficam de plantão a espera da entrada dos swells gigantes de N/NW em picos como Mundaka no País Basco, Guetáry na França ou em algum break remoto da costa Irlandesa.
Já na região do Mar Mediterrâneo é ao contrario. O crowd de surfistas e as ondas desaparecem nos meses de verão, que é sinônimo de flat na região, mas aparece em peso no decorrer do inverno. Ligados nos sites de previsão de ondas, os surfistas locais, que não são poucos, começam a se preparar quando as primeiras frentes-frias de forte intensidade chegam a Europa.
Mapa do Mar Mediterrâneo
Israel - Crowd em um dia de boas ondas - Tel Aviv 
Italia - crowd na praia de Varazze
Nas regiões de Andaluzia, Valência e Catalúnia na Espanha, Marsselle, Nice e Córsega na França, Grécia, Sardenha e Sicília na Itália, Ilha de Malta, Israel, Tunísia e Argélia, alguns swells ocasionais chegam a impressionar até mesmo os surfistas mais exigentes.
A facilidade nos dias de hoje de se prever exatamente onde e quando as boas ondulações vão entrar, aliado ao transporte rápido, fez com que os melhores surf spots dessa área ficassem um pouco mais cheios do que o normal. Como tenho família na Espanha, Valência, Andaluzia e Catalúnia, tive a oportunidade de viajar por essa região várias vezes.
Numa dessas idas fui no mês de novembro, começo do inverno e no caminho entre Valência e Barcelona, aproveitei para dar uma parada e visitar ao Castelo de EL CID que fica na cidade litorânea de Peniscola . Ao chegar quase não acreditei, ondas de 1 a 1,5 metro quebrando lisinhas e perfeitas com meia dúzia de surfistas se divertindo. Essa praia foi palco de uma das batalhas mais cruéis entre cristãos e mouros em solo espanhol. O visual do castelo medieval ao fundo faz do lugar um cenário único. Virou até filme de cinema.
A partir dai, comecei a agendar minhas viagens a Espanha nos meses de inverno e acabei tendo a oportunidade de ver a praia de Barceloneta, em Barcelona, quebrando com ondas de até 3 metros e repleta de dezenas de surfistas e fotógrafos. Barcelona por si só já é uma viagem! Uma das cidades mais interessante e loucas que eu já visitei. 
A região do sul da França, famosa pelo seu charme, praias tranquilas e muito frequentada pelos bilionários, também tem seus dias de boas ondas. Locais como Roc Amour, Ville Franche, L'Arquet, Galiot, Keller e Kamikase são os mais procurados. Esses picos geralmente apresentam ondas bem tubulares, quebrando sobre lages ou recifes, alguns bem afiados. Quem acha que aqui, por ser terra de bacana, o crowd vai dar uma aliviada, se engana, cada onda da série é bem disputada
Andaluzia - Espanha
Itália 
Itália - Mediterrâneo  .
Punta Roca - Corsega 
 Barcenoleta- Barcelona
Barceloneta - Barcelona - Catalunia
El Palmar - Andaluzia - Espanha
França- Mediterrâneo
França - Mediterrâneo
Na Córsega, muitos surfistas aparecem quando há previsão de entrada de um bom swell, e os melhores picos como espuma, lozari beach, lumio, punta de testa e roca punta, chegam a ficar crowd. Já na Sardenha, considerada o “Hawaii do Mediterrâneo” um dos destaques é um local chamado Cappo Mannu, onde já foram registradas ondas de até 12 pés. Nos dias de ventos fortes essa área se transforma num paraíso para os praticantes de kite e windsurf.  Mas quando os ventos dão uma trégua, ótimas ondas quebram em dois points diferentes. Os surfistas italianos e franceses aparecem em peso quando tem onda.
Mas a coisa não para por ai. Na Itália, apesar dos swells inconstantes, há um crowd de surfistas que chega a impressionar e algumas boas ondas.
Já na Sicília, paraíso do windsurf,  os olhos dos surfistas do mar mediterrâneo, começam a virar para a "Ilha dos Mafiosos", pois a cada temporada, novas ondas são descobertas. 
Na Grécia a região mais procurada é a do mar Iônico, onde cerca de 15 surf breaks, fazem a alegria de surfistas gregos, albaneses e italianos..Destaque para o point break kastro point localizado na pequena cidade de Parga.
Em Israel os surfistas locais não perdem um swell. Um pequeno litoral que concentra vários picos de surf e milhares de surfistas muito motivados que mantêm um um serviço de informação das ondas de primeira. Aqui a energia é totalmente diferente, rola um stress devido a possibilidade de um ataque por parte dos países vizinhos. Os surfistas até que são bem receptivos em relação aos surfistas de fora, mas o engraçado é que no outside dos picos de ondas há muitos surfistas muito jovens, ainda garotos, ou caras mais coroas. Devido ao serviço militar ser obrigatório em Israel, todo mundo tem que servir as forças armadas durante 3 anos e quase não se vê surfistas na faixa dos 20 anos. 
Agora começam a aparecer relatos e fotos de points de surf na Faixa de Gaza, Argélia, Tunísia, Egito, Líbano, Ilha de Malta, Ilha de Creta e Turquia.
Do jeito que as coisas vão, daqui a pouco vai ter surf camp até na Líbia!
Faixa de Gaza 5 a 6 pés - Palestina
Faixa de Gaza - Palestina

Cappo Mannu - Sardenha 
Cappo Mannu - Sardenha
Kastro Point - Grécia
 Israel
Israel 
Libano
Libano
Argélia - Norte da África 
Tunísia - Norte da África 
Tunísia - Norte da África 
Tunísia - Norte da África 
Alberto Burguete – Surf Repórter
Sector Nine/Freestyle/Triple-Eigth/ProRider
albertoburguete@hotmail.com

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